Motorista que atropelou e matou ciclista alega que teve medo e que a mãe dele esperou pelo Samu, diz delegado
25/04/2024
Homem negou ter ingerido bebida alcoólica no dia do acidente, na zona rural de Araraquara (SP). Corpo de Diego Henrique Correa da Silva, de 41 anos, foi enterrado na quarta-feira (24). Ciclista morre após ser atropelado em Araraquara
Arquivo pessoal
O motorista suspeito de atropelar e matar um ciclista, em Araraquara (SP), alegou que deixou o local do acidente porque teve medo, mas que a mãe chamou e esperou o Serviço de Atenfimento Móvel de Urgência (Samu), segundo o delegado Fernando Teixeira Bravo. (veja aqui mais detalhes do depoimento).
O homem, que não teve a identidade divulgada, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (25), na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). A defesa dele não foi localizada pelo g1 até a última atualização da reportagem. A Polícia Civil investiga o caso.
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Diego Henrique Correa da Silva, de 41 anos, foi atropelado na noite de terça-feira (23) na estrada vicinal Francisco José Zanin. Ele foi socorrido e levado para a Santa Casa, mas morreu uma hora depois após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. O corpo dele foi enterrado no Cemitério Parque dos Lírios na quarta-feira (24).
Identificação de motorista
Ciclista morre após ser atropelado em Araraquara
Arquivo pessoal
O caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar) na direção de veículo automotor. Com o auxílio do Setor de Inteligência da Guarda Civil Municipal (GCM), a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) conseguiu identificar a caminhonete, modelo Amarok e de propriedade de uma empresa, assim como o possível autor do atropelamento na vicinal Francisco José Zanin.
A Polícia Técnico-Científica periciou a caminhonete, a bicicleta e o espelho retrovisor que ficou caído no local do atropelamento. Os laudos devem apontar a dinâmica do acidente, entre outros elementos que ajudem a esclarecer o caso.
Ciclistas fazem protesto pedindo mais segurança no trânsito
Mãe teria chamado e esperado o Samu
No depoimento, o motorista disse que voltava de uma reunião familiar na casa do pai, na zona rural, quando o acidente aconteceu. Ele negou ter ingerido bebida alcoólica e disse não tinha se apresentado antes porque a esposa estava em trabalho de parto.
“Terminou a reunião, ele foi à frente e a mãe atrás. Ele passou por ciclistas, entrou na estrada de asfalto e só sentiu a pancada na caminhonete. Ele falou que não viu a vítima”, disse o delegado ao ACidade ON, do grupo EP.
O motorista disse ainda ter ficado com medo de parar para ver o que tinha acontecido.
“Quando ele percebeu, já tinham passado os outros ciclistas e ficou com medo de acontecer alguma coisa e foi embora. Mas ele ligou para a mãe e pediu para ela acionar o socorro”, explicou.
O delegado disse ainda que a mãe confirmou a versão do filho. Ela disse ainda que parou em meio ao grupo de ciclistas e esperou a chegada do Samu.
A Polícia Civil tenta identificar os ciclistas para confirmar as versões.
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O acidente
Ciclista foi atropelado quando voltava para casa em Araraquara
Arquivo pessoal
Ciclistas que encontraram a vítima após o atropelamento contaram ao g1 que o acidente aconteceu por volta das 21h, na estrada vicinal que dá acesso à Rodovia Washington Luís (SP-310), próximo à antiga Usina Zanin.
O grupo com16 pessoas pedalava pela vicinal momentos antes do acidente. Uma ciclista, que preferiu não se identificar, contou ao g1 que uma caminhonete modelo Amarok passou por eles em alta velocidade.
Cerca de dez minutos depois, o grupo encontrou Diego, caído na pista e bastante ferido.
“Um senhor que passava pelo local estava sinalizando no meio da pista. Foi quando paramos também e pedimos a ambulância. Samu e Bombeiros chegaram juntos”, contou a ciclista.
A bicicleta da vítima ficou destruída. “Recolhemos o retrovisor do veículo, que ficou caído lá no chão”, disse a ciclista.
Segundo ela, o tio da vítima contou que Diego treinava para uma prova que disputaria no próximo domingo (28). O local do atropelamento fica a poucos metros de onde o ciclista morava.
Protesto
No sábado (27), ciclistas pretendem fazer uma manifestação no Centro da cidade pedindo por justiça e mais segurança no trânsito.
O grupo vai se reunir às 16h atrás do Teatro Municipal e depois descer a Rua 3 até a Igreja de Santa Cruz. De lá, sobe a Rua 3 até a Bento de Abreu, segue até o Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) e retorna ao teatro.
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